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domingo, 21 de fevereiro de 2010

O NOME MARGARIDA MARIA ALVES

A escolha do nome do CEMEI e a história de Margarida Maria Alves

A Comissão de Mães e moradores da Vila União reunidos em Assembléia, decidiram denominar o Centro Municipal de Educação Infantil como Margarida Maria Alves, para manter viva a história das lutas pela conquista do CEMEI.
Nesse sentido, surgiu o nome de Margarida Maria Alves, mulher lutadora, trabalhadora rural de Alagoa Grande na Paraíba, participante da Comissão Pastoral da Terra de Guarabira e Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
O nome Margarida Alves significa luta em defesa dos direitos trabalhistas. Ela é considerada uma das principais representantes da liderança feminina no Brasil, que viveu e morreu lutando pelos direitos das trabalhadoras e trabalhadores da terra.
Margarida Alves nasceu em 5 de agosto de 1943, em Alagoa Grande, na Paraíba. Foi a filha mais nova de nove irmãos. O contato permanente com o
latifúndio que começou desde muito cedo, devido à necessidade de manutenção da família, estimulou seu desejo de lutar pelos trabalhadores rurais.
Pelo fato de ser católica, Margarida teve uma grande influência do padre Geraldo para ingressar no Sindicato Rural de Alagoa Grande. Caracterizada pela constância e disposição para o trabalho, chegou a ser tesoureira e em 1973
foi eleita presidente do sindicato, função que exerceu sucessivamente até 1982.
A sindicalista lutava pela defesa dos direitos dos trabalhadores do campo, pelo décimo terceiro salário, o registro em carteira profissional, a jornada diária de oito horas e as férias obrigatórias. Foi uma das fundadoras do Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural, cuja finalidade é, até hoje, contribuir no processo de construção de um modelo de desenvolvimento rural e urbano sustentável, a partir do fortalecimento da agricultura familiar.
Durante seus 12 anos dentro do sindicato foram movidas mais de 600 ações trabalhistas contra os usineiros e senhores de engenho da região da Paraíba. Em seus anos de luta, nunca se registrou na justiça uma só perda de questões trabalhistas em favor do trabalhador rural.
A sua luta era em prol das trabalhadoras e trabalhadores, motivo pelo qual sofreu várias ameaças e atentados contra sua integridade física. Através de sua liderança foram movidas aproximadamente 73 reclamações trabalhistas contra engenhos e contra a Usina Tanques, o que, no período ditatorial, produziu uma forte repercussão e atraiu o ódio de latifundiários locais.
Margarida foi brutalmente assassinada no dia 12 de agosto de 1983, com 40 anos de idade.
Estava na soleira da porta de sua casa, observando seu filho brincar e não percebeu a aproximação dos criminosos, que atingiram seu rosto com um tiro certeiro de espingarda calibre 12. A triste cena foi presenciada por seu companheiro, que não teve como reagir.
Propor para o CEMEI da Vila União o nome de “Margarida Maria Alves” é uma maneira de resgatar a lembrança de todas as mulheres e homens que tombaram ao longo desta vida de luta pelo direito ao trabalho, terra, saúde, educação e moradia.
“Não pensem vocês que alguém vai resolver nossos problemas; ninguém pense que Governo, Deputado ou Senador vão resolver nossos problemas. Quem vai resolver somos nós, os trabalhadores organizados...”.
Essa fala de Margarida resgata a luta na Vila União pelos direitos básicos de todo cidadão.

3 comentários:

Anônimo disse...

A escola foi construida com muito esforço e temos que sempre colaborar para melhorar a qualidade do ensino.

Anônimo disse...

muito bom saber da historia da Margarida, saber que participar é a solução para melhorar o que no fim é de todos nós.

CEMEI Margarida Maria Alves disse...

É muito importante a aprticipação de todos os familiares!
Obrigada!
Patrícia

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