Agrupamento II A
Professora Angélica
Monitoras: Maria Aparecida, Maria José, Maria de Lourdes e Roseli.
Agrupamento II B
Professora Ana Paula
Monitoras: Leslie, Fátima, Roberta, Elaine e Márcia (afastada sem previsão de retorno).
INTRODUÇÃO
A educação tem para com a sociedade um compromisso de transformação e de não aceitação da arbitrariedade. O processo educativo é reflexivo. Sem a educação o indivíduo está no mundo sem dele participar ativamente, sem a reflexão crítica não é capaz de se distanciar da sua realidade para transformá-la.
Se a possibilidade de reflexão de si, sobre seu estar no mundo, associada indissoluvelmente a sua ação sobre o mundo, não existe no ser, seu estar no mundo se reduz a um não poder transpor os limites que lhe são impostos pelo próprio mundo [...] Assim, como não há homem sem mundo, nem mundo sem homem, não pode haver reflexão e ação fora da relação homem-realidade. (FREIRE, P. 1979, p. 16, 17)
A educação que aqui se objetiva é um processo que possibilite aos estudantes tomar posse da realidade e cada vez mais conscientes, possam ser anunciadores e denunciadores em função do compromisso com a nossa condição humana. Assim cada sujeito deve ser capaz de investir em mudanças na própria vida, educando-se coletivamente, sem esquecer que são precisamente os homens que transformam as circunstâncias.
Dessa forma tem a opção de se opor à opressão e à exploração, sensibilidade para acolher, referendar e validar a necessidade daqueles que não tem voz, inteligência para não compactuar com a ignorância e a mentira, coerência e clareza de princípios e acima de tudo, serão críticos para não aceitar todo tipo de pensamento e, se não concordam com os pensamentos alheios, serão capazes de pensar por si só. (SILVA, E. T, 1991).
Em busca de uma sociedade economicamente justa, politicamente democrática, socialmente solidária e culturalmente plural é que propomos para o Agrupamento II, no ano de 2010, atividades em que as crianças se encontrem com a sua realidade, construindo sua identidade e autonomia. Durante a convivência diária, com o adulto, com seus pares, com as situações escolares, com os problemas com os quais se defronta, e também experimentando, agindo, que a criança irá construir seus valores, princípios, normas morais, a forma de agir, de se expressar e de viver.
É através das diferentes linguagens que se oferecerá uma educação que propõe formar integralmente o indivíduo e assim a preocupação central é com a defesa da vida. Vale lembrar que falamos aqui de vida com qualidade e dignidade e, mais do que outros, acreditamos que a educação é um meio primordial para a conquista desse objetivo. É através da educação que pretendemos promover a solidariedade, a cooperação, a tolerância (tão negligenciada nos dias atuais), a afetividade, a reflexão crítica, a sexualidade, o respeito ao próximo e ao meio ambiente, o amor, a fraternidade e o desenvolvimento moral, social, biológico e psicológico saudável, entre tantos outros objetivos de igual nobreza. Assim se fazem necessárias atitudes que preservem, valorizem e respeitem o direito fundamental de cada ser humano: o direito à vida.
A promoção da defesa da vida envolve a sociedade, a família e a escola que através de suas ações devem permitir e ajudar a criança a construir uma imagem verdadeira e positiva de si e do mundo a fim de que possam crescer, entender e atuar nas complexas relações da sociedade qual são parte integrante.
A formação que aqui colocamos como objetivo central do nosso trabalho pretende centrar-se em uma das atividades preferidas das crianças: brincar.
O brincar oferece às crianças meio para seu desenvolvimento, tanto escolar como pessoal, e a escola deve estar atenta na utilização desse recurso.
Acreditamos que brincar é, antes de tudo, a oportunidade de ser e constituir-se criança no momento exato da sua existência e desenvolvimento. É brincado que a criança vai à busca da sua realidade e da realidade que a cerca para tomá-la para si, interiorizá-la e então promover em si mesma a sua representação e entendimento do que lhe está posto, é ainda, fonte de alegria, entretenimento e de aprendizagens, que muitas vezes só são possíveis através da atividade lúdica. Assim a brincadeira auxilia a criança na sua interpretação do mundo, no aprimoramento do seu comportamento, no desenvolvimento da sua linguagem e expressão, na associação de significados e significantes e em tantos outros aspectos. Dessa forma a valoração do brincar é diferente em cada cultura e só adquire valor positivo o brincar contextualizado (CARRA, 2006).
Ao brincar a criança vai se inserindo em uma cultura, internalizando conceitos, esse fato pode ser claramente observado quando as meninas cuidam de seus “bebês”, copiando as atitudes de sua mãe e esse é um aspecto marcante na cultura ocidental. Assim evidencia-se a função pedagógica, a sociológica, a antropológica e a cultural do brinquedo e do brincar (BROUGERE, 1997).
Quando a criança brinca se apropria de códigos culturais, tem acesso ao repertório cultural da sociedade em que vive, assim ao manipular o brinquedo a criança manipula significações culturais de uma determinada sociedade, sendo que através dele também constrói suas referências culturais. “A brincadeira é, entre outras coisas, um meio de a criança viver a cultura que a cerca, tal como ela é verdadeiramente, e não como deveria ser” (BROUGERE, 1997, p. 59).
A atividade lúdica é um importante recurso metodológico à disposição dos educadores, pois através do mesmo a criança se envolve mais prazerosamente com o conteúdo a ser aprendido, sem que, na maioria das vezes, perceba esse envolvimento.
“Pensar a educação não é simplesmente entender e organizar conteúdos de forma a facilitar e melhorar a aprendizagem. Pensar a educação nos remete a níveis muito superiores a isso, assim é necessário uma prática crítica e contextualizada, conhecimento dos conteúdos, compromisso profissional e pessoal e uma metodologia específica e apurada. Por isso, discutir a questão do brincar em sala de aula vai além da discussão sobre a recreação, a diversão e a ocupação do tempo livre, essa discussão perpassa pela temática de uma educação preocupada em formar o indivíduo integralmente e não somente passar-lhe conteúdos, que muitas vezes não lhe são significativos no determinado momento, e que essa formação lhe seja proveitosa e agradável.” (CARRA, 2006, p. 16).
Essa educação preocupada em formar integralmente o indivíduo necessita, ainda mais nos dias de hoje, preocupar-se com aspectos relacionados aos comportamentos que, de uma forma ou de outra, violam o direito de aprender e se desenvolver integralmente em um ambiente pacífico. A brincadeira é um dos meios que possibilita o desenvolvimento integral da criança, pois através do mesmo a criança pode construir conhecimento e criar alternativas para resolver os imprevistos que surgem no ato de brincar.
Entre o perceber o objeto, sondar suas propriedades, construir o brinquedo e desenvolver a brincadeira existe toda uma gama de possibilidades de observar, trabalhar, construir, lidar, transformar e interagir da criança. Os desafios propostos pelas atividades lúdicas estimulam o pensamento, ao mesmo tempo em que permite à criança ter prazer na aquisição do conhecimento, aprender fazendo, sem medo de errar. (BAIO, 2005, p. 14).
Outra proposta é o trabalho com o que Célestin Freinet chamou de “Texto livre”. O texto livre vem de encontro com a necessidade que a criança tem de se expressar. ‘Tirar partido dessa necessidade nova das crianças em se exprimirem e trabalharem, como manter viva a chama e mobilizá-la para fins educativos.’ (FREINET, C. 1976, p.23)
O princípio norteador deste plano privilegia a cultura e o brincar, considerando os hábitos e conhecimentos das crianças, visando o desenvolvimento de habilidades cognitivas, afetivas, sociais e motoras, bem como a ampliação das experiências através das diferentes linguagens.
A proposta de trabalho visa atender turmas multietárias com idades proximais, vindo a completar os mais velhos, três anos até fevereiro de 2011.
Este planejamento segue a proposta do CEMEI que é trabalhar a identidade do aluno e dos participantes da equipe escolar envolvendo assim conhecimentos como: descobrir o eu e o outro; descobrir o ambiente escolar, descobrir a cultura infantil brasileira, a família. Aproveitaremos também os eventos da Copa do Mundo para conhecer um pouco dos costumes e hábitos de alguns povos, principalmente dos de origem africana.
OBJETIVO GERAL
Oferecer meios para que as crianças desenvolvam suas habilidades e potencialidades em um ambiente que favoreça as relações inter-pessoais e com o meio e que isso possibilite a descoberta e a construção da identidade.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Propiciar às crianças o desenvolvimento de habilidades e valores condizentes com a faixa etária dos mesmos, buscando sua autonomia e independência gradativamente, permitindo a vivência em situações que favoreçam a participação, a solidariedade e a responsabilidade junto ao grupo de amigos;
- Valorizar a leitura como fonte de conhecimento e a linguagem oral como meio de comunicação e expressão do pensamento, respeitando os limites de maturidade e a potencialidade de cada um;
- Estimular a autoconfiança da criança para que consiga criar e recriar sobre seus conhecimentos;
- Oferecer desafios com diferentes graus de complexidade para que as crianças possam resolvê-los, assim como, entenderem a organização do tempo e do espaço em sua vivência escolar;
- Criar situações e empregá-las através das diferentes linguagens para o desenvolvimento da atenção, observação, concentração, comparação, exploração e manipulação;
- conhecer um pouco dos costumes e hábitos de alguns povos, principalmente dos de origem africana em função dos eventos da Copa do Mundo.
Enfim, proporcionar condições para que a criança adquira conhecimentos que a faça perceber-se como um ser inserido num grupo social.
Explicitaremos a seguir os objetivos e estratégias para os Agrupamentos II A e B. Vale ressaltar que cada professora salvaguardará as adaptações que melhor convier a sua turma, a fim de atender melhor as individualidades.
IDENTIDADE
Descobrindo o eu e o outro
Promover atividades em que haja uma maior interação entre as crianças através do brincar de cantar, da expressão corporal, da musicalização e de outras formas de expressão.
Meios para atingir os objetivos gerais e específicos
-Reflexão sobre a formação e a vivência familiar, as diferenças e semelhanças entre as pessoas, tanto nos aspectos físicos, étnico e de gênero;
- Higiene e alimentação;
- Respeito e conservação do ambiente escolar e do meio ambiente;
-Memorização, concentração, criatividade, auto-expressão e espontaneidade;
-Educação auditiva: identificar, reproduzir melodias, ritmos e objetos sonoros;
- Sociabilidade através das diversas músicas (ampliação da cultura);
- Desenvolvimento rítmico: tempo forte, fraco e silêncio;
- Instrumentos e personagens do folclore brasileiro;
ESTRATÉGIAS
- Ouvir a fala das crianças enquanto buscam a solução alguma situação-problema ou quando se expressam;
- Apresentar atividades que levem a reflexão das semelhanças e diferenças entre as pessoas quanto aos aspectos físicos, étnicos e comportamentais, afim de que possam se tornar mais tolerantes e receptivas;
- Roda da conversa diária;
- Cantar músicas;
- Trabalhar com recortes, colagem, leitura e pesquisas;
- Trabalhar com diferentes tipos de textos;
- Trabalhar com fotos, vídeos, demais imagens ou figura;
- Produção de cartazes com trabalhos coletivos ou trabalhos individuais;
- Jogos que explorem o imaginário e o respeito às regras;
- Contar, criar e dramatizar histórias;
- Desenho livre;
- Reflexão sobre alimentação saudável;
- Coreografia corporal e musical;
- Instrumentos da bandinha;
-Teatro musical;
- Exploração de diversos materiais, espaços e linguagens.
- Técnicas diversas de pintura;
- Percorrer circuitos programados;
- Convidar os familiares para participar de algumas atividades (contar histórias, enviar cartas...)
AVALIAÇÃO
- Apresentação para outras salas ou para a comunidade de canto, dança ou outras atividades;
- Observar o interesse e participação do aluno;
- Reflexão sobre o respeito às regras escolares;
- Reflexão sobre o trabalho do educador e o retorno dos alunos no final das atividades;
- O olhar atento das professoras será um importante instrumento de avaliação durante todas as atividades, sejam elas livres ou dirigidas;
- O registro das atividades também será utilizado como forma de avaliação;
- Exposição freqüente das produções infantis.
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